Sem nome hoje
Eterno é um
Conto bem contado
De servidão
Dos tempos
Fico quase sempre
A traduzir o que não se pode
Ouvir o que é inaudível
E disserto minhas convicções
Para um não-auto-engano
Quero dias nublados
Não a distancia
Da voz presente
Não o sim
Que se converte em dor
Entendida, sentida e não expurgada
E como são fortes
Os que mentem para si
Para o outro de si
A noite acabou
O sonho acabou
Por começar
Não saber
Não sentir
Não ver
Apenas dormir
O sono que se quer
Para que
Se fico quase sempre
Dentro de um imenso
Lúdico Freudiano
Eterno é um
Conto bem contado
De servidão
Dos tempos
Se quiras ser
Então seja
Para além da distância
Como é voraz o tempo
E a não crença
No outro é extensão
De um coração
Que não giras a entreter a razão
Em Pessoa é mais bonito
Deveras.
Ouço-te
Já faz tanto tempo
E as águas correm lúcidas
Querendo levar-me
Um dia deixo me ir
Adoro como se desenrola
Dos atos
Grande cirurgião
A moça não está mais lá
Está no conto
A furar as páginas
Chove muito
Está escuro
E a comunicação
É irrelevante
Tecnologia serve à distância
A distância do objeto
Para entende-lo
E recusar-lhe
A fala é limitante
Pois se diz muitas
Coisas que não as importantes
As reais
Moça é só mais um olhar!
É algo perdido no tempo
Mais vazio
Mais
Fala de menos
Seus sapatos
Estão gastos
Por muitos caminhos percorridos
As vezes mansos
Não quero quer-te bem
Tão logo se acaba o ano
Sem nenhuma profecia Maia
Sem amor
E vai para as águas turvas de mim
Todo escritor é cruel
Serve bem ao drama
Para que saia do papel
No conto
A furar as páginas
Deixo-te ir.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
sábado, 3 de novembro de 2012
Que habitas
O pensar
Se contradiz
Diante do olhar
Do desejo
E contradizer-se
É dizer tudo
Na própria confusão
A confusão
Era tudo que tinha
Do quarto avistava-se
O mar vermelho
E as palavras
E ações entre ele,
Nele perdidas
Numa espiral de sensações
O mar
Os largos sorrisos
O réptil que habitas
É tua pele em devaneio
As escamas são a recusa
Trocas de pele e joga ao mar
O pior de ti
A água salgada
Que escorre entre as noites
Percorre lancinante tuas coxas
Assim se esvai
Para o pensar
Ali no mar
Distante da ação humana
Resiste o absolutismo
DE tua vontade
Augustos, Césares, Dantes
Era tudo o que tinha
Atiras ao mar
O espanto de todos
Discorre sobre a palavra
Servil de todos os ontens
Não te dou alento
Perfume de arlequim e concubina
Te trago a água salgada
De mar revolto
Para espanto de muitos
Na ancora de anjos
E espadas de São Jorge
Te escondo
Da solidão
Da dor
Para que não seja mar
Quando abrirem as cortinas.
Trocas de pele
E jogas ao mar o pior de ti
Ao vermelho
Mar de palavras
Tem pequenos rios que
Explodem vertiginosamente
É tudo o que tenho
Que escorre entre
As noites grossa e quentes
O réptil
Escapa à mansidão
Está envolto em lama e perdão
É silêncio
Seu corpo é inteiro verde
Só pode , poder.
Vejo-o dilacerar-me
Respira com força
E assim lance-me
Ao mar de solidão
Vejo as estações
Estações são meses
De sede e frio
Entre as coxas molhadas
É tua pele em devaneio
O réptil que habitas
O pior de ti
Te dou alento água e sal
É tudo o que tenho
Que vem da lama
Sibilante e verde
Entre os peitos nus
Trocas de pele e joga ao mar o pior de mim
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