segunda-feira, 30 de abril de 2012

O imperador da ampulheta

O tempo está medido
Imponente de seu valor
Aponta a unipresença
Substancial dos segundos

Bravos e pesados segundos
Que nos consomem as víceras
Ave de rapina
Trazes grandes dores
A marcar as ações
Corre velozmente
É ininterruptamente cruel
Tens medido tudo
Desde que temos consciência
De nossa finitude
Pueril
Esteve presente nas guerras
Mas o teu império não cai
É flamejante o pesar
Que nos dá
Quando  o minuto já se passou
Ponteiro carrasco
Por que medes?

O tempo não acaba
O que acaba é a ideia ser parte dele.
As horas transcorrem loucas
Como vespas no cio
Outrora eram os sinos
Hoje o horário comercial
A destroçar-nos
Como vigários
O tempo está medido.

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