domingo, 12 de agosto de 2012

Avenida

O que esperar do tempo
Quando as horas parecem insuportáveis
Avisto um jardim
Aparentemente alegre
As flores são de uma beleza plástica
Onde está a beleza
O que torna belo um objeto
Um ser
Uma palavra
Nesta grande casa?!!

Percorre a casa como se conhecesse as paredes
Construímos muros
Impedimentos ao nosso redor
Não somos os porcos de Montesquieu
Temos a doce etiqueta
Tratados de Paz
Preferimos a intolerância
Uma grande marcha social pelo absurdo
Cultuamos o vazio
Distanciamo-nos da transcendência
Vamos nos perdendo na selvageria da não afetividade.

E a visão do outro , o que é?
Reflexo do que não queremos!?
Estou na avenida
Muitos automóveis, edifícios, para quê?
Temos um cenário
Uma garotinha que quer ser mulher
Com um mini vestido branco
Elá é a porcelana mais cara da avenida
Sorri e gira sua elegância falsa
Ainda está em um tempo infantil
Que querem aviltar-lhe
Antes dos desenhos
Crianças são porcos!
Mas o discurso branco gira...
É um mundo de sonhos pré-fabricados

Sempre me perturba a alma
Jonny Cash não pede licença
Me leva para a prisão de suas canções!
Vou trata-la bem
Apenas uma noite de muito frio
De insônia

Tiranos não gostam de canções
Preferem a esgrima
O tartaro
Gostam de jardins artificiais,
De que são feitos os seus impérios!
Suas armas são as mais imponentes
Detestam a redundância e a inteligência alheias.

Meu castigo é a escada da avenida
No seu entardecer gelado
A espera é uma infâmia
Oh tirania tens veias e bate bastante
Seus domínios são vastos
Estás as avessas da solidão auto-imposta
Está frio
A caneta falha
O cansaço vem louco
Já não olho mais o relógio avenida
Te deixo a sós
Meu caro vilão!
Apenas espero a boa saúde
Da memória de todos os dias.

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