terça-feira, 22 de abril de 2008

A Fera

O ciúme é uma vaidade de chicote
Não compartilho deste
Mas acertei o seio de uma deusa com um amor profano
Zoneei uma amazona
Perplexa de fuligem ardente
Estrangulei um pescoço doce
Delinquente de sobrenome Aurora
Estrela passiva na solidão de Deus
Alcancei tua flor magestósa
A tua vil cólera
Na angústia básiei meus dias
Me debrucei sobre um noite com o pretexto de te alcançar
Mas queria mesmo era devorar teus encantos

A solidão é pássaro sem asas
Mas serei ícaro talvez
Comerei desta ambrosia feroz
E do teu gozo farei água
Que há de matar a cede até dos mais puros
Num imenso sepulcro, a noite te trarei
Mas o ciúme é vaidade de chicote,
Medusa impetuosa
Que deixa marca
Pra depois se aprofundar em mim
Fará de mim violeta
Num campo de batalha sem vencedor
Uma overdose de pecado
Uma transa de palavras
A morte de uma fera sem dor

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