quarta-feira, 30 de abril de 2008

Resto da minha vida

Vou procurar o infinito no fundo dos meus olhos.
A luz e a escuridão , os versos de Drummond.
O enigma que está no olhar.
Vou cobrir-me com o véu da razão
Vou sangrar a noite toda
Vou dizer adeus
Vou jurar por dias e dias, que não acredito mais.
Vou rasgar teu corpo
Violentar a tua alma
Pelo resto da minha vida
Abalar tua estrutura
Vou traduzir-me em poesia
Vou abandonar tua casa
Pelo resto da minha vida.

Nesta longa estrada, caminhei.
Não é mais a mesma,
já não têm mais perfume.
Nesta longa estrada da angústia amarela, me entrego as estrelas.
Sou invadida pelo brilho das mesmas.
Quero saber se olha pra mim.
Não quero mais caixas cheias de crenças estúpidas.
Nesta longa estrada, estou só,
com uma metade arrasada,
pelo resto da minha vida.
Eu tenho um desejo humano: Eu não quero falhar!

Vou tornar-me cinza
Meu peito secou,
Nesta estrada fria.
Tomei a doze da incompreensão
Já chorei de tristeza,
mas ainda sinto o calor de tuas mãos.
Não uso escudo
A dor também me invade,
mas a estrada é longa e os meus pés já não aguentam.
Vou te despedaçar,
porque a estrada é longa,
mas não me peça pra ficar.

O que diriam os pensadores?
Eu digo que a estrada é longa!

Vou te fazer gemer
Na dor ou no prazer
Vou te dizer palavras
Vou sujar o teu rosto
Molhar o teu corpo
A luz e a escuridão, da estrada velha.
Vou dovorar-te
Estou com fome
Vou buscar nesta carne os mil pecados,
pelo resto da minha vida.

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