terça-feira, 29 de abril de 2008

Morte Vermelha

Eu já matei
Matei um filho
Com todo o meu desespero.
O matei de falta de amor
O transformei um pó, pó de sangue,
um sangue assim sinistro.
Eu já matei
Mas também morri de medo deste filho meu.

Não senti saudade
Contrações de morte
Apelo infantil
Que bom é não ter entranhas,
erva morta, fel de orvalho.
Eu já matei
Matei teu sonho
Matei minha alegria
Fiz viver minha tristeza.

Vá embora semente!
Pingue suas gotas malditas sobre mim,
mas vá embora.
Por que eu já matei.
Tenho ensaiado tua morte.
Deixei até cartas.

Não te dei meu mundo interno
Nem minhas pernas
Meu alimento esqueça!
Por que de morte vai morrer,
então não vou chorar, canção de ninar.
Vou te ninar em meus braços,
na hora da tua despedida.
Por que tu, quis brotar de mim,
enfim,
vai morrer em mim.

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